quinta-feira, 29 de maio de 2008

O Conto antigo da gata Borralheira,
O João Ratão e o barba Azul e os 40 ladrões,
E depois o catecismo e a história de Cristo
E depois todos os poetas e todos os filósofos;
E a lenha que ardia na lareira quando se cantavam contos,
O sol havia lá fora em dias de destino,
E por cima da leitura dos poetas as árvores e as terras...
Só hoje vejo o que é que aconteceu na verdade.
Que a lenha ardida, cantante porque ardia,
Que o sol dos dias de destino, porque já não há,
Que as árvores e as terras (para além das páginas dos poetas)
Que disto tudo só fica o que nunca foi:
Porque a recompensa de não existir é estar sempre presente.

Álvaro Campos


Porque é das personagens que nascem dos livros que criamos as fantasias.
Se assim não fosse nunca poderia o Peter Pan e as crianças da terra do Nunca, continuarem a existir por tantos e tantos anos.
É por isto que se escreve... para dar vida ao personagem que nunca foi.

Sem comentários: