quinta-feira, 12 de junho de 2008

Exaustão - Carlos Oliveira Cruz

Nas enseadas dos segredos
Há uma outra vida em surdina
De encontros breves e intensos
De renasceres nunca encontrados.


As aves nas escarpas negras
Fazem a dança dos excluídos
Quanto mais perto da morte
Mais rente o peito da Rocha.

Lá estão os amantes em suspenso
Em voos rápidos e acutilantes
Desprezando o relógio dos costumes

É preciso percorrer essas enseadas
Criar tempo e imaginá-los
Até à exaustão dos sentidos e das noites.

5 comentários:

OUTONO disse...

Exaustão...uma palavra, que utilizo amiúde.

Quase sinónimo de desafio.

É o meu dia a dia, é aminha vida, aminha escrita.

Um abraço

Ariana Coimbra disse...

Lindo poema!

Obrigada pela visita em meu blog!
Volte sempre! (tem post novo)

Beijo

Eu sei que vou te amar disse...

"É preciso percorrer essas enseadas
Criar tempo e imaginá-los
Até à exaustão dos sentidos e das noites"
Lindo gostei muito do poema na Exaustão das palavras belos versos se desfazem, dando alento aos sentimentos! As fotos muito bem escolhidas;)
Beijo terno

Anónimo disse...

por vezes procuramos em enseadas de segredos o que se nos oferece em planaltos de luz... preferimos viver renasceres nunca encontrados e danças de excluídos pelo estímulo dos sentidos e pela falsa ilusão de sal que nos trazem, esquecendo que o relógio dos costumes também nos traz felicidade... SE...
e aí concordo, percorrermos essas enseadas "criando tempo" e continuando a imaginar e a reviver "até à exaustão dos sentidos", mesmo quando a pele do nosso companheiro já se enrugou, o olhar perdeu o brilho, o sorriso já se apaga, as pernas estão presas a uma cadeira... isto sim tem sido um feito meu!!! que consigas a plenitude de um sentimento assim!!!
a foto foi muito bem escolhida!!

João Filipe Ferreira disse...

mt bonito:)